Maria de Lourdes Balin, Maria Sampaio e Carmela Contino
Maria de Lourdes Balin, Maria Sampaio e Carmela Contino fizeram o Curso de Planador promovido pelo Aeroclube do Rio Grande do Sul para formação de pilotos aptos a desempenhar ações de combate, obtendo o brevê em 02 de maio de 1942.
Carmela Contino foi a primeira e única mulher a ingressar no primeiro Curso de Paraquedismo do estado do RS, criado logo após o Brasil declarar guerra à Alemanha e Itália, em 1943.
Odila Gay da Fonseca e Wanda Álvares Crespo
Em 30 de dezembro de 1943, Odila Gay da Fonseca e Wanda Álvares Crespo, presidente e secretária da Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul, junto a outras 50 samaritanas, inscreveram-se no Exército para seguir com a FEB.
Lydia Moschetti
Em 12 de abril de 1943, a imigrante italiana Lydia Moschetti (1888-1982) fundou, com o apoio de Stella Brum, Alzira Freitas Tacques, Aurora Nunes Wagner, Áurea Pereira Lemos, Aracy Froes e Beatriz Regina, a Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Em 15 de 08 de 2007, a Academia foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul, pela Lei nº 12.772.
Lydia, por meio de suas inúmeras entidades beneficentes, lutou para a proteção dos cegos, das mães solteiras e das crianças.
Sirley da Silva Amaro
Sirley da Silva Amaro nasceu em Pelotas no dia 12 de janeiro de 1936, começou a trabalhar como costureira profissional de Alta Costura aos 13 anos, em 1949. Participante do Grupo Odara, de representatividade negra e da Ação Griô, foi reconhecida, em 2007, como Mestra Griô pelo Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura.
Sirley faleceu em casa no início da noite do dia 28 de outubro de 2020.
Em 2021, a Sedac (Secretaria da Cultura RS) e o Instituto Trocando Ideia lançaram o Prêmio Trajetórias Culturais – mestra Sirley Amaro, por ela ter contribuído, significativamente, com os saberes tradicionais e com a cultura popular.
Angelina Gonçalves
Lider tecelã e dirigente operária rio-grandina, Angelina Gonçalves (?/1913-01/05/1950) foi morta com um tiro na nuca durante a passeata de 1º de maio de 1950, quando a polícia e a Brigada dispararam contra os manifestantes, em Rio Grande.
Lila Ripoll
Em 1954, a poeta, pianista e militante comunista gaúcha Lila Ripoll (12/08/1905-07/02/1967) publica o longo poema Primeiro de Maio sobre a passeata e a morte de Angelina e seus colegas.
ANGELINA
A massa resiste,
rebelde,
indomável,
erguendo muralhas,
de peitos e braços,
às frias espadas,
aos altos fuzis.
A rua tranquila,
tão cheia de cantos,
encheu-se de cinza,
de sangue e de pó.
O povo resiste
e os tiros aumentam.
Protestam as vozes
Num vivo clamor.
Respondem espadas,
fuzis apontados,
fuzis metralhando.
A massa recua,
retorna e avança
com novo vigor.
Na rua estendidos,
Euclides e Honório,
e mais Osvaldino,
fecharam seus olhos,
seus lábios calaram.
As vagas aumentam
de ódio incontido.
E há novos protestos
do povo ferido.
Alguém arrebata
das mãos de Angelina
a verde Bandeira
que ondula no ar.
Os tiros procuram
o peito de Recchia.
E os tiros ficaram
no peito a morar.
Os olhos dos homens
refletem angústia,
revelam paixão.
Ferido está Recchia,
e há sangue no chão.
Ninguém junto ao leme,
ninguém no comando.
Vermelhas papoulas
matizam o chão.
O rosto em tormento,
cabelos ao vento,
retorna Angelina,
mais alta e mais fina.
“A nossa Bandeira,
nas mãos da polícia?”
E à luta regressa,
com febre no olhar.
Os braços erguidos,
subiam, caiam,
em meio a outros braços,
o mastro a arrastar.
E às mãos vitoriosas,
num breve momento,
retorna a Bandeira
batida de vento.
Um frio estampido
correu pelo espaço,
na rua vibrou.
Vacila a Bandeira,
vacila Angelina,
e a flor de seu corpo
na rua tombou.
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Angelina,
de Lila Ripoll