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Narrativas do Feminino

Fase 4 — 2023/1

Quais foram os lugares já ocupados pelas mulheres na sociedade? Quais as mudanças e as permanências nesta trajetória? Visando trazer alguns subsídios para respondermos essas questões, Narrativas do Feminino dialoga com o acervo do Museu Julio de Castilhos, o qual, pela escassez de peças relacionadas às mulheres, já denota o silenciamento e o apagamento sofrido por esse grupo social ao longo da história.

A presença de Honorina

A PRESENÇA DE HONORINA

Honorina Martins França da Costa.jpg

Honorina Martins França da Costa nasceu em Pelotas no dia 02 de janeiro de 1862. 

Em um tempo onde o estudo  era voltado aos homens, ela tinha familiaridade com as letras, havia estudado e lia os filósofos clássicos.

Casou-se com Julio de Castilhos em 17 de maio de 1883, na Capela de Nossa Senhora da Luz, lugar escolhido por ela, em Pelotas, e passou a se chamar Honorina de Castilhos.

Com o matrimônio, Honorina se tornou a jovem esposa de um dos influentes políticos do Partido Republicano Rio-grandense. Entretanto, não se deteve apenas à vida doméstica, pois foi uma abolicionista atuante, mulher engajada em causas sociais e colaboradora na vida política de seu companheiro, com quem ele dividia os relatos sobre os rumos políticos do estado e do país, conforme consta em cartas trocadas entre ambos, bem como em cartas que ela escrevia para sua prima Adelaide.

Honorina de Castilhos. Acervo MJC.

As Honorinas

por Doris Couto

Muitas histórias povoam as lendas urbanas e a mente de quem imagina a vida de Honorina Martins França da Costa, mulher nascida na cidade de Pelotas, no ano de 1862, filha de um político do Partido Republicano, que se casara, em 17 de maio de 1883, aos 21 anos, com Julio de Castilhos, tornando-se Honorina Castilhos – esposa do jovem e promissor político gaúcho que viria a ser o presidente do Rio Grande do Sul.

 

Naquela época, a Princesa do Sul, cidade de Honorina e minha também, vivia em pleno ciclo do charque, com abate de cerca de 400 mil cabeças de gado por ano, às custas do sofrimento dos escravizados, responsáveis diariamente pelo trabalho de abate, salga e movimentação de montanhas de couro e milhares de carcaças, a quem só lhes libertava a alma o som potente do sopapo, elo inquebrável com a ancestralidade africana.

Artigo publicado no Jornal Correio do Povo de 25/03/2023

Histórias do vestir

HISTÓRIAS DO VESTIR

Em 1800 foram criadas as primeiras calcinhas, as chamadas pantaloon, feitas em tecido leve, como a cambraia branca ou algodão de tom pastel, compridas até a altura dos joelhos. Na década de 1830, espartilhos e corsets evidenciavam a silhueta da mulher. O corpete para seios foi criado em 1889, por Herminie Cadolle. Em 1914, a socialite Mary Polly Jacob criou um modelo que viria a ser chamado de sutiã, feito para ser usado com os vestidos de festa da época.

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O espaço expositivo
As mulheres negras

Em cada casa das cidades, nas fazendas e estâncias dos pagos rio-grandenses, nos comércios, nas quitandas, nos serviços mais essenciais à vida dos gaúchos, as mulheres negras estiveram presentes. Quando "libertas", a lavagem de roupa nos rios e riachos se mostrou uma forma de prover a família. Foram as mulheres negras as primeiras costureiras a abrir ateliers improvisados em suas casas, vendiam quitutes nas ruas e eram as responsáveis pelos banquetes nas casas da elite branca. Em meados de 1872, lá estavam elas nas reuniões da Sociedade Beneficente Floresta Aurora, entidade negra mais antiga do Brasil, fundada em Porto Alegre.

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Na fotografia ao lado, Tia Forosa, uma negra forra que supõe-se ter vivido do comércio nas ruas de Porto Alegre, ilustrando a mulheres negras dessa época.

Tia Forosa

Tia Forosa. Acervo MJC.

AS MULHERES NEGRAS NA SOCIEDADE GAÚCHA

Os almanaques e os jornais na disputa pelo pensamento feminino

OS ALMANAQUES E JORNAIS NA DISPUTA
PELO PENSAMENTO FEMININO

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Ao longo dos últimos três séculos, a escrita e as publicações têm tido importante impacto na formação das mulheres. Enquanto os almanaques foram instrumentos que visavam a manutenção da mulher no espaço doméstico, "ensinando-lhes" como ser uma boa esposa e mãe, a literatura feminista, fosse em formato de livro ou jornal, tinha a função de se contrapor ao machismo do primeiro.

O espaço expositivo

NARRATIVAS DO FEMININO: o espaço expositivo

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