Narrativas do Feminino
VESTIDAS PARA CASAR
A história do vestido de noiva faz parte dos rituais do matrimônio, uma tradição que oficializa de forma religiosa, social e legal a união de duas famílias, originando um novo núcleo familiar.
É na Idade Média, aproximadamente 800 d.C, que o matrimônio adquire especial carga social e simbólica, algumas das quais perduram até hoje. O vestido de noiva, por exemplo, era uma forma de demonstrar as posses da família à sociedade, como um símbolo de poder. O uso do vermelho, pigmento de alto valor, associado ao bordado representava a nobreza. Como complemento, as noivas usavam sobre sua cabeça um véu branco com fios dourados. Na união de noivos que não eram nobres, havia um festejo popular onde a família elegia um domingo santo, coincidente com o início da colheita, em maio (primavera na Europa e uma das prováveis origens das "noivas de maio"), celebrando a fertilidade da terra e da abundância, e onde usavam as melhores roupas que possuíam com enfeites florais.
No Renascimento, com a ascensão da burguesia, o vestido de noiva se tornou cada vez mais luxuoso. Quando possível, a jovem era apresentada em veludo e brocado, levando o brasão e as cores de sua família. Maria, Rainha dos Escoceses, e a princesa Filipa da Inglaterra são consideradas as primeiras nobres a se casarem com um vestido de noiva branco. Nos acessórios, além da aliança, a presença de anéis representava a possibilidade de uma dama viver sem precisar trabalhar nos deveres domésticos e demonstrava que o marido seria um bom provedor.
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No final do século XIV, registra-se a presença de noivas vestidas de preto, costume ao qual se atribui pelo menos três significados: luto (por deixar a família de nascença), protesto (por motivos diversos, inclusive contra os governos locais) e praticidade (poderia ser utilizado posteriormente).
COSTURANDO HISTÓRIAS DE VIDA
Uma atribuição milenar da mulher é o ofício de produzir roupas, costurar. Uma moça prendada era aquela que desde pequena aprendia a costurar, bordar, cozinhar, cuidar da casa.
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Antes mesmo de casar, as meninas já confeccionavam peças de enxoval e o vestido de noiva com o auxílio da mãe e da avó. Para as que tinham um pouco mais de condições econômicas, ao comprarem os tecidos, as nubentes ganhavam de "brinde" um desenho personalizado pela(o) modista da loja.
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Esta habilidade, aprendida desde criança, tornou-se fonte de renda e independência para mulheres que perdiam o sustento de pais ou maridos, pois a costura poderia ser executada num cômodo da casa e era aceita para as mulheres em épocas de costumes mais rígidos e anteriores à emancipação feminina.
Fotografia de Lina Zanini em frente à vitrine contendo seu vestido de noiva e três fotografias, uma de Dona Lina quando criança, uma na adolescência e uma em seu casamento, na década de 50, quando Lina usou o vestido de noiva confeccionado por sua irmã.
Fotografia de detalhe do vestido de Lina Zanini, mostrando parcialmente uma das mangas em renda e a saia de seda. À esquerda, a mão de Dona Lina, adornada por anéis, toca o vestido que está ao lado esquerdo da fotografia.
Fotografia de Lina Zanini posando em frente à vitrine contendo seu vestido. Dona Lina sorri para a câmera e segura em mãos uma fotografia sua vestida de noiva, aos 22 anos, no dia do seu casamento.
Fotografia de Lina Zanini em frente à vitrine contendo seu vestido de noiva e três fotografias, uma de Dona Lina quando criança, uma na adolescência e uma em seu casamento, na década de 50, quando Lina usou o vestido de noiva confeccionado por sua irmã.
ONDE ESTÃO AS MULHERES NEGRAS?
Tia Forosa. Acervo MJC.
OS ALMANAQUES E O COMPORTAMENTO FEMININO
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LINHA DO TEMPO: As Mulheres no Rio Grande do Sul - 1960 a 1982
NARRATIVAS DO FEMININO: o espaço expositivo
As fases 2 e 3 da exposição Narrativas do Feminino estiveram abertas à visitação no ano de 2022.