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Narrativas do Feminino

Fases 2 e 3 — 2022

No Século XIX, quando Honorina Castilhos e suas filhas Ambrosina, Julia, Eugênia e Otília habitaram a casa que hoje é a sede do Museu de História Julio de Castilhos, às mulheres cabia o espaço privado, onde administravam o lar e os bastidores das carreiras profissionais e políticas de seus homens. Deviam ser filhas amorosas e obedientes, ótimas mães e devotadas esposas. 

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Eram preparadas para viverem esses papéis desde a escola, onde cursavam técnicas domésticas como parte obrigatória do currículo. Consideravam-nas inaptas para o aprendizado das ciências exatas, destinadas somente aos meninos. Quando muito deviam saber, segundo debates travados na Câmara dos Deputados sobre o currículo escolar, operações básicas que lhes permitissem executar adequadamente receitas culinárias e tomar medidas para a produção de vestuário.

Vestidas para casar

VESTIDAS PARA CASAR

A história do vestido de noiva faz parte dos rituais do matrimônio, uma tradição que oficializa de forma religiosa, social e legal a união de duas famílias, originando um novo núcleo familiar. 

 

É na Idade Média, aproximadamente 800 d.C, que o matrimônio adquire especial carga social e simbólica, algumas das quais perduram até hoje. O vestido de noiva, por exemplo, era uma forma de demonstrar as posses da família à sociedade, como um símbolo de poder. O uso do vermelho, pigmento de alto valor, associado ao bordado representava a nobreza. Como complemento, as noivas usavam sobre sua cabeça um véu branco com fios dourados. Na união de noivos que não eram nobres, havia um festejo popular onde a família elegia um domingo santo, coincidente com o início da colheita, em maio (primavera na Europa e uma das prováveis origens das "noivas de maio"), celebrando a fertilidade da terra e da abundância, e onde usavam as melhores roupas que possuíam com enfeites florais.

No Renascimento, com a ascensão da burguesia, o vestido de noiva se tornou cada vez mais luxuoso. Quando possível, a jovem era apresentada em veludo e brocado, levando o brasão e as cores de sua família. Maria, Rainha dos Escoceses, e a princesa Filipa da Inglaterra são consideradas as primeiras nobres a se casarem com um vestido de noiva branco. Nos acessórios, além da aliança, a presença de anéis representava a possibilidade de uma dama viver sem precisar trabalhar nos deveres domésticos e demonstrava que o marido seria um bom provedor.

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No final do século XIV, registra-se a presença de noivas vestidas de preto, costume ao qual se atribui pelo menos três significados: luto (por deixar a família de nascença),  protesto (por motivos diversos, inclusive contra os governos locais) e praticidade (poderia ser utilizado posteriormente).

O padrão luxuoso das vestes da noiva foi abolido no século XVIII, passando a vigorar um estilo mais discreto de inspiração inglesa. Este padrão projetou o branco como símbolo de inocência virginal, complementado pelo véu branco e transparente como representação da sua castidade. Em 1854, o papa Pio IX definiu que as noivas deveriam se trajar de branco.  

Costurando histórias de vida

COSTURANDO HISTÓRIAS DE VIDA

Uma atribuição milenar da mulher é o ofício de produzir roupas, costurar. Uma moça prendada era aquela que desde pequena aprendia a costurar, bordar, cozinhar, cuidar da casa. 

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Antes mesmo de casar, as meninas já confeccionavam peças de enxoval e o vestido de noiva com o auxílio da mãe e da avó. Para as que tinham um pouco mais de condições econômicas, ao comprarem os tecidos, as nubentes ganhavam de "brinde" um desenho personalizado pela(o) modista da loja.

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Esta habilidade, aprendida desde criança, tornou-se fonte de renda e independência para mulheres que perdiam o sustento de pais ou maridos, pois a costura poderia ser executada num cômodo da casa e era aceita para as mulheres em épocas de costumes mais rígidos e anteriores à emancipação feminina.

Onde estão as mulheres negras?

ONDE ESTÃO AS MULHERES NEGRAS?

Em cada casa do Centro Histórico de Porto Alegre, nas fazendas e estâncias dos pagos rio-grandenses, nos comércios, nas quitandas, nos serviços mais essenciais à vida dos gaúchos, as mulheres negras estiveram presentes, escreveram capítulos da história, embora oficialmente não hajam tais registros e reconhecimento. Antes, pelo contrário, há um apagamento, uma propositada invisibilização.
Quando "libertas", a lavagem de roupa nos rios, riachos e sangas se mostrou uma forma de prover à família e garantir que o alimento chegasse à mesa.

Tia Forosa

Tia Forosa. Acervo MJC.

Os almanaques e o comportameno feminino

OS ALMANAQUES E O COMPORTAMENTO FEMININO

Clique nas imagens para ampliá-las.

Longe de serem inocentes publicações, almanaques e revistas femininos foram dispositivos de dominação amplamente utilizados em um esforço concentrado para disciplinar corpos e mentes das leitoras, determinando padrões de comportamento socialmente desejados.

Linha do tempo

LINHA DO TEMPO: As Mulheres no Rio Grande do Sul  - 1960 a 1982 

Nascida em Porto Alegre, Esther Scliar vai para o Rio de Janeiro em 1948 estudar contraponto, harmonia e composição com H. J. Koellreutter. Compositora e escritora de obras para teatro, venceu em 1961 o 1º Concurso Nacional de Composição, promovido pela Rádio MEC, com sua obra Sonata para Piano.

1961

Nascida em Canoas, em 20/09/1940, a atriz, modelo e cantora Luiza Maranhão ficaria conhecida como a "Deusa Negra" do Cinema Novo, devido à sua participação em clássicos como "Barravento" (1962), de Glauber Rocha, e "Ganga Zumba" (1963), de Carlos Diegues.

1962

Espaço expostivo

NARRATIVAS DO FEMININO: o espaço expositivo

As fases 2 e 3 da exposição Narrativas do Feminino estiveram abertas à visitação no ano de 2022.

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