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Diversidade e Escrita nas Missões
2024 - Ciclo 7

próprio na missa. Eram as responsáveis pela produção de tecidos, um dos pilares econômicos dos povoados. Também trabalhavam nos cultivos das áreas comuns, como já faziam antes da chegada dos europeus.

 

Por muito tempo não se creditou aos indígenas a criação das obras artísticas e a construção das igrejas monumentais, destacando somente o papel dos jesuítas. Atualmente, sabemos que os indígenas foram os autores das grandes obras das missões, nas quais materializaram sua visão de mundo naquele contexto. 

 

Os Mbyá-Guarani contemporâneos reconhecem o sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo como um local sagrado. Chamado de “Tava Miri” ou “Aldeia de Pedra” pelos indígenas, foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.

Diversidade nas Reduções
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Os padres jesuítas descreveram uma variedade de povos indígenas, com costumes e línguas diferentes, sendo mais recorrente nos registros o idioma guarani. Mesmo entre eles, havia grupos com variações linguísticas, diferentes práticas e modos. Também faziam parte das reduções alguns povos de língua Jê, além dos Charrua e os Minuano.

Quanto às mulheres nas reduções, possuíam regulamentos diferentes e ordens religiosas específicas, com seu espaço

As Ruínas de São Miguel Arcanjo
A monumental igreja da redução de São Miguel impressiona visitantes quase três séculos depois de sua construção (veja o vídeo). Projetada pelo irmão jesuíta Juan Bautista Prímoli, foi edificada pelos indígenas com rochas extraídas de pedreiras próximas.
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O sítio de São Miguel das Missões foi tombado como Patrimônio Cultural brasileiro em 1938 e reconhecido como Patrimônio Mundial, Cultural e Natural pela Unesco, em 1983. Recebe turistas diariamente com o Espetáculo de Som e Luz e possui um museu próprio, com peças de arte sacra e demais artefatos relativos à vida na redução.
 
O sítio histórico de São Miguel das Missões fica no noroeste do Rio Grande do Sul, a cerca de 475 km de Porto Alegre.
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No século XVII, jesuítas a serviço da monarquia espanhola iniciaram a fundação de missões entre as fronteiras dos impérios português e espanhol, no sul do continente americano, com o objetivo de catequizar os indígenas e assegurar o controle do território. Ao longo de quase dois séculos, os indígenas que aceitaram a evangelização nos trinta povos (mapa abaixo) vivenciaram mudanças culturais e tecnológicas que marcam até hoje a nossa história. Os padres produziram muita documentação sobre seu trabalho missionário, que apresenta detalhes do mundo indígena na visão dos religiosos europeus. Os indígenas também escreveram documentos narrando sobre sua própria história nas reduções?

Nas reduções, os indígenas esculpiram em madeira e pedra, fabricaram instrumentos musicais e os sinos das igrejas. Aprenderam a ler e a escrever em espanhol e em latim. Os missionários desenvolveram também um sistema de escrita da língua guarani, com a finalidade de facilitar a evangelização. Nesse processo, os indígenas se apropriaram da linguagem escrita. Deixaram textos e mapas em guarani, espanhol e latim, utilizando esse conhecimento em defesa de seus interesses coletivos.

 

Durante a Guerra Guaranítica, os indígenas enviaram cartas ao rei da Espanha, e entre as reduções, convocando os demais companheiros para defender seu território. Após a guerra, produziram mapas que asseguravam a demarcação das comunidades. A escrita também era usada de forma religiosa, para catequização e nas lápides funerárias.
 

Escritas Indígenas
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Guerra Guaranítica
A chamada Guerra Guaranítica foi um conflito que ocorreu entre 1753 e 1756, tendo de um lado os exércitos coligados de Espanha e Portugal, e do outro, uma força militar formada por indígenas dos Sete Povos das Missões, localizados no noroeste do Rio Grande do Sul.
 
Apesar de o território das missões pertencer à Coroa Espanhola, os indígenas e padres o controlavam com relativa autonomia, devido à sua complexa organização social, herdeira das sociedades indígenas e dos mais de cem anos de presença dos jesuítas. Tratava-se de uma “fronteira tripartida” entre os impérios de Portugal, de Espanha e as reduções guarani, com um relativo equilíbrio de forças. 
 
O conflito foi desencadeado pela recusa dos indígenas em abandonarem seus territórios em benefício do Tratado de Madrid, assinado em 1750 pelos impérios ibéricos. Esse acordo redefiniu as fronteiras na região: Portugal cedeu a Colônia de Sacramento à Espanha em troca do território dos Sete Povos das Missões.
 
Para fazer frente aos indígenas rebelados, portugueses e espanhóis uniram forças. Do lado guarani, ficou famosa a liderança de Sepé Tiaraju, que foi eleito corregedor na Redução de São Miguel Arcanjo e foi comandante das tropas rebeldes até sua morte em 1756. Sua figura carrega status de herói por ser símbolo de resistência e luta pela terra no país e no estado do Rio Grande do Sul, especialmente para o povo Guarani contemporâneo.
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No século XVII, jesuítas a serviço da monarquia espanhola iniciaram a fundação de missões entre as fronteiras dos impérios português e espanhol, no sul do continente americano, com o objetivo de catequizar os indígenas e assegurar o controle do território. Ao longo de quase dois séculos, os indígenas que aceitaram a evangelização nos trinta povos (mapa abaixo) vivenciaram mudanças culturais e tecnológicas que

Sinos Missioneiros

marcam até hoje a nossa história. Os padres produziram muita documentação sobre seu trabalho missionário, que apresenta detalhes do mundo indígena na visão dos religiosos europeus. Os indígenas também escreveram documentos narrando sobre sua própria história nas reduções?​

 

Nas reduções, os indígenas esculpiram em madeira e pedra, fabricaram instrumentos musicais e os sinos das igrejas. Aprenderam a ler e a escrever em espanhol e em latim. Os missionários desenvolveram também um sistema de escrita da língua guarani, com a finalidade de facilitar a evangelização. Nesse processo, os indígenas se apropriaram da linguagem escrita. Deixaram textos e mapas em guarani, espanhol e latim, utilizando esse conhecimento em defesa de seus interesses coletivos.

 

Durante a Guerra Guaranítica, os indígenas enviaram cartas ao rei da Espanha, e entre as reduções, convocando os demais companheiros para defender seu território. Após a guerra, produziram mapas que asseguravam a demarcação das comunidades. A escrita também era usada de forma religiosa, para catequização e nas lápides funerárias.

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