Desde a África, os seres humanos espalharam-se pelos quatro cantos do planeta. O último continente a ser ocupado foi o americano. Há cerca de 12 mil anos, época em que    chegaram ao que hoje é o Rio Grande do Sul, o planeta passava por grandes mudanças ambientais. No mapa de Tipologias de Sítios, na área de vidro aqui no Museu, podemos observar as principais ondas migratórias que se estabeleceram nos diferentes ecossistemas locais.

Para sobreviver nos vales de rios caudalosos, montanhas cobertas de florestas, campos abertos, planícies áridas, faixas litorâneas ou ambientes lacustres, os grupos humanos tinham que fazer escolhas sobre as técnicas e ferramentas que melhor se adequavam a cada contexto geográfico. Grupos que viviam próximos trocavam conhecimentos sobre formas de fazer, locais de matéria-prima, usos e costumes. Os grandes caminhos das Américas indígenas - como o Peabiru - e a migração dos povos permitiam o compartilhamento de tecnologias, como o manejo de espécies vegetais e a produção da cerâmica.

Os problemas do dia-a-dia eram o que impulsionava a busca de soluções, a partir dos materiais acessíveis em cada ecossistema. Cestos eram forrados com cera de abelha para comportar líquidos; pontas de projétil eram utilizadas para diferentes tipos de caça; minerais, rochas e madeira eram talhados nas mais variadas formas; o barro era transformado em utensílios de cerâmica. Algumas das peças que sobreviveram até hoje são apresentadas aqui.